sábado, 2 de janeiro de 2010

O POETA E O LUME (poema)
Escrever é magia.
Misto ilusão e verdade.
E se o poeta perder o lume?
Tudo parecerá vazio,
Sem ação, sem expediente...
Um barco sem rio...
Rio sem nascente...
O que será da poesia
se o poeta perder o lume?
Um sol sem verão...
Jardim sem perfume...
Amor sem sublimação...
Culpa sem perdão...
Quando o poeta perde o lume,
Nada mais faz sentido.
A vida rasga a fantasia...
Tudo é monotonia
Em um mundo descolorido.
Quando o poeta perde o lume,
Torna-se mago sem magia...
Carnaval sem folia...
Mágico sem cartola...
Palhaço sem alegria...
Quando o pensamento atrofia,
O verso bate na porta pedindo esmola!
Quando o poeta perde o lume,
O lirismo cai na orfandade...
As horas alargam distâncias...
A emoção padece de fome...
Os sonhos perdem fragrâncias...
Tudo fica igual...
Tão coloquial.
A sorte vira madrasta.
A melancolia nefasta,
Se achega e assume.
A inspiração morre de velha,
Estendida no papel amarelado.
A caneta torna-se cruz
Demarcando o calvário.
Assim será, se acaso um dia,
O Poeta perder o lume!
LEONARDO CHARRUA

Um comentário:

  1. Meu mano muito, muito amado!!! Fico muito orgulhosa de ter como mano um ser tão iluminado e sensível!!! Que belo trabalho tu desenvolves... SUCESSO, querido!!! Tu és muito bom, não é merchandising, tu és muito bem, mesmo!!!!!!!!!

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